Apartir do costume dos índios canelas de gargarejar infusão de casca de romãpara resolver problemas de garganta, a coordenadora do Programa de Fitoterapiada UFMA, Terezinha Rêgo, iniciou um trabalho que resultaria na tintura de romã (Punica granatum). O primeiro passo dapesquisa foi isolar o tanino, princípio ativo da planta, e descobrir que estese concentrava principalmente na casca do fruto.
Osíndios utilizavam o fruto deixando sua casca de molho por 24 horas. Mas, com oprosseguimento dos estudos, Terezinha Rêgo desenvolveu uma infusão da casca daromã em álcool, portanto, uma tintura. Para o preparo da tintura, ela explicaque é necessário retirar os caroços, lavar e cortar a casca e deixá-la de molhoem um litro de álcool especial de 10 a 15 dias, até que o líquido absorva oprincípio ativo da planta. Quando o líquido adquirir cor amarelada, está prontopara uso.
“Atintura de romã é utilizada para gargarejos, não se deve engoli-la”, explica aprofessora. Esta tintura é indicada para o tratamento de amidalite, faringite elaringite, assim como para rouquidão. Por tratar os frequentes problemas de voze garganta, ela está entre os fitoterápicos mais requisitados do Herbário ÁticoSeabra.
Paraos profissionais que trabalham com a voz, a farmacêutica, que tem mais de 50 notrabalho, acredita que a tintura é obrigatória. “Eu a uso, pois falo muito.Então uma vez por dia eu pego uma colher de sopa da tintura, coloco em um copode água morna e gargarejo.” Segundo a professora, o tanino encontrado na casado fruto garante uma sensação de bem-estar e previne problemas na voz. Atintura não tem efeitos colaterais, mas só pode ser utilizada a partir da idadede 12 anos, pois antes a probabilidade de a criança engolir o medicamento émaior.
Fonte:Elo (texto adaptado)