Ouso medicinal da argila é antigo. Ela estava presente na cosmetologia egípcia.Babilônios, assírios e chineses a utilizavam em problemas digestivos. Avicena,o "príncipe dos médicos", fala da argila, assim como Homero e Hipócrates,o "pai da medicina", a usava interna e externamente.
Talvezo pouco uso da geoterapia se deva à contaminação ambiental, o que restringe olocal de coleta a áreas virgens, longe de plantações (por causa de agrotóxicos)e esgotos. A argila deve ser retirada de, no mínimo, um metro de profundidade,peneirada e guardada em recipiente não metálico. Algumas vezes deve ser expostaao sol antes do uso.
Nocenário moderno da geoterapia, surge a dolomita, carbonato duplo de cálcio emagnésio, rocha descoberta pelo geólogo francês Deodat Dolmieu, nos Alpestiroleses (1750-1801). Desde 1930, ela é analisada para tratamento deosteoporose. É branca, podendo chegar a uma textura finíssima, o que favorece aabsorção.
Pesquisasrealizadas no Instituto Weismann, de Israel, com um calcário dolomíticobrasileiro comprovaram a presença de calcitriol, hormônio que fixa o cálcio nosossos e atua em mais de 30 tecidos, produzindo aumento de trabéculas de medulavermelha e de massa óssea nos frangos que receberam suplemento do produto naração, aumento da calcificação da matriz inorgânica, da flexibilidade emaleabilidade da matriz orgânica; redução dos sintomas e dor na osteoporose;estmímulo do crescimento infantil com vantagens sobre o leite de vaca.
Osuplemento via oral, em média de três gramas por dia, pode ser usado comoterapia complementar para tendência à desmineralização óssea, cardiopatias,hipertensão, diabetes, distúrbios gastrointestinais, gastralgias, diarreia,câimbras, tendinite, dores musculares e articulares, fibromialgia, Dort,luxações recidivantes, bursite, processos inflamatórios, baixa imunidade, TPM,cólica menstrual, metrorragia, espasmos brônquicos, queimaduras, úlceras deperna, e sempre que for necessária a regeneração tecidual.
Ouso em pó tem ação anti-hemorrágica, desodorante e cicatrizante. Pode ser usadoem casos de gengivite, afta, pré-dentição, pós-extração dentária, higiene orale lesões genitais. Na pele, é aplicado em ferimentos, escoriações, assaduras,mau cheiro nos pés, micoses e após a depilação. Previne escara quando espalhadono lençol de pessoas acamadas, melhorando o deslizamento da pele e aumentando asua resistência.
Adicionandodolomita à água (dois litros de água para meio copo de dolomita) obtém-se umaágua argilosa para banho tanto de crianças como de adultos, em casos debrotoeja, prurido e problemas dermatológicos. Uma colher (chá) de dolomita empó num copo de salmoura aumenta o efeito anti-inflamatório e analgésico. Éusada em gargarejos nos casos de amigdalite e laringite. Em congestão nasal,rinite e sinusite, devem ser aplicadas duas a três gotas em cada narina de duasa quatro vezes ao dia.
Misturando-seágua à dolomita, na proporção de uma parte de água para duas de dolomita,obtém-se uma pasta homogênea. A água pode ser substituída por chás (gengibre,para dores articulares) ou soro fisiológico (úlceras varicosas). A pasta temação analgésica, refrescante, antitérmica, relaxante e cicatrizante. É útilpara casos de Dort, dores articulares, erisipela, seborreia, queimadura solar,psoríase e estado febril.
Apasta de dolomita tem uso intravaginal em casos de candidíase, leucorreias, bemcomo para hemorroida interna, fissura e prurido anal.
Obanho é indicado em casos de fibromialgia, insônia, depressão, pós-lipoaspiração, cirurgia de varizes. O uso estético de dolomita é útil notratamento de estrias, flacidez, celulite e para amenizar rugas de expressãofacial, olheiras, manchas e queloide.
Cataplasma
Aprofundidade do efeito da dolomita é proporcional à espessura da aplicação.Atualmente, existe uma apresentação prática de cataplasmas de vários tamanhos,fáceis de manejar e fixar. A cataplasma é preparada no tamanho proporcional àregião a ser tratada. É aplicada em casos de sinusite, cistite, otite, naregião pulmonar, sobre o fígado e em dores articulares crônicas.
Comoa argila atrai toxinas para a superfície da pele, lembre-se da importância dadesintoxicação intestinal nos casos de constipação, para evitar reaçõesdermatológicas, embora isso seja muito raro. Em tais casos, a aplicação externadeve ser suspensa, utilizando-se apenas o pó, até que o nível toxêmico sejareduzido.
Parapotencializar o efeito da dolomita, ela deve estar associada a outras terapiasnaturais, como fitoterapia, hidroterapia e dietas especiais. O paciente devesempre ser aconselhado a melhorar o estilo de vida respirando ar puro, recebendoluz solar, tomando água pura, repousando, praticando exercícios, procurando teruma alimentação natural, além de evitar estimulantes e manter uma atitudeconfiante no dia a dia.
Fonte:Medicina Natural (texto adaptado)