Americanosque imaginam seguir uma dieta mais saudável pelo fato de consumir produtosorgânicos devem se preocupar: um estudo publicado no periódico Environmental HealthPerspectives mostrou que barras de cereais e fórmulas infantis que levam orótulo de orgânicos contêm arsênico, substância que pode aumentar o risco decâncer.
Oestudo apontou a presença do composto no xarope de arroz integral orgânico,ingrediente que em geral é usado como alternativa mais saudável ao xarope demilho.
Foramanalisadas 17 fórmulas infantis, 29 barras de cereais e três energéticos paraatletas comprados em lojas de orgânicos de New Hampshire. As marcas não foramdivulgadas no estudo, por isso não há como saber se alguns desses produtos sãovendidos em lojas brasileiras.
Osresultados indicam que algumas barras de cereais têm concentrações 12 vezesmaiores que o limite permitido pela Agência de Proteção ao Meio Ambiente dopaís para a água, de 10 partes por bilhão (ppb).
Aexposição crônica ao arsênico é associada a risco de câncer de bexiga, pulmão epele, além de diabetes e doenças cardiovasculares, segundo a agência.
Opesquisador Brian Jackson, do Darmouth College, em Hanover, afirmou que nãoestá claro se a quantidade de arsênico presente nos derivados do arroz pode serprejudicial à saúde, mas a presença do composto em alimentos infantis preocupa.Ele recomenda que pais evitem comprar produtos com o ingrediente.
Duasdas fórmulas infantis que possuem o xarope de arroz integral como baseapresentavam níveis de 20 a 30 vezes maiores que o de outras marcas.
Vintee duas das barras de cereais continham pelo menos um derivado de arroz, eníveis de arsênico que variavam de 23 a 128 ppb. Os produtos que não possuemarroz na formulação apresentaram níveis bem menores, de 8 a 27 ppb.
Emrelação aos energéticos para atletas, todos continham xarope de arroz integralna fórmula e apresentavam de 84 a 171 ppb de arsênico. Se uma pessoa consumirquatro desses produtos, vai ingerir 10 microgramas de arsênico, quantidadeequivalente a um litro de água com as concentrações máximas permitidas docomposto.
Arroz
Oarsênico ocorre naturalmente no meio ambiente e também pode ser resultado daatividade humana, já que alguns pesticidas contêm a substância. A planta doarroz absorve arsênico com muita facilidade, não só por sua fisiologia, mastambém porque áreas cheias de água, onde ocorrem as plantações, são maispropensas a apresentar o composto.
Outrapesquisa recente, feita por Andrew Meharg, da Universidade de Aberdeen, naEscócia, mostrou que o arroz produzido nos EUA (especialmente no sul) tem umdos níveis mais altos de arsênico do mundo, e alertou que fórmulas infantisvendidas no país são feitas com esse alimento.
Éconsiderado comum que o arroz contenha 100 ppb de arsênico, mas foramencontrados níveis acima de 2.000 ppb em amostras adquiridas nos EUA e noJapão.
Aquantidade de arroz consumida capaz de afetar a saúde é desconhecida. Masestima-se que ingerir 10 gramas de arsênico ao longo da vida aumente o risco dedoenças como câncer. Para alcançar essa quantidade, seria preciso comer umatonelada de arroz.
OFood and Drug Administration (FDA), órgão que regulamenta alimentos e drogas nosEUA, afirma que limita a quantidade de arsênico na água e considera o assuntouma questão de saúde pública. Ainda que os níveis encontrados no arroz sejammaiores que os achados na água, é muito difícil que alguém consuma o alimentona mesma proporção que bebe água.
Fonte:Uol Notícias