Um criador de trutas de Urubici, lendo nota na internet sobre o salmão do Chile, emite sua opinião sobre o tema dizendo que os chilenos adotaram a política de vender um peixe com a carne linda, não se importando com a saúde de milhões de consumidores pelo mundo, formulando ração para os salmões com corantes químicos.
Toda beleza tem seu preço, e neste caso o preço alto é pago pelos grandes consumidores ao ingerirem diretamente toxinas (o corante astaxantina é um produto químico obtido em laboratório a partir de algas marinhas e a cantaxantina é um produto natural extraído de casca de caranguejo, de camarão, etc.). Portanto, esses produtos, uma vez na carne do salmão, tornam sua carne linda aos olhos, mas quando ingeridos em grandes quantidades prejudicam o organismo humano porque as moléculas dos dois corantes são absorvidas pelo intestino e encaminhadas através da corrente sanguínea até as células. As células humanas não têm enzimas capacitadas para quebrar essas novas moléculas, até porque nós não estamos acostumados a comer muita casca de camarão, casca de siri nem algas marinhas, e a célula, sem saber o que fazer com essas moléculas, armazena-as, provocando envelhecimento precoce.
Nós criadores de truta no Brasil não praticamos a coloração dos peixes porque procuramos vender saúde e não problemas para o ser humano. No entanto, em virtude da beleza do salmão a nossa truta ficou relegada a segundo plano no consumo nacional, é tanto que por volta de 1985 produzíamos mais truta no Brasil que o Chile em salmão e truta, e hoje o Chile produz mais de 300 mil toneladas/ano e os criadores de truta brasileiros continuam produzindo o mesmo que em 1985.
Além dos corantes, é sabido que o Chile está usando para preservar as rações dos salmões o verde de malaquita, que pelas informações que se tem é até cancerígeno. O pior de tudo para o Brasil é o fato de os salmões chilenos estarem infestados por diversas doenças infecciosas viróticas, riquétzias e uma doença infecciosa hepática que é a mais nova aquisição dos salmões chilenos. Essas doenças não existem em nossos peixes, ainda somos uma ilha em relação a essas enfermidades e não é admissível, em hipótese alguma, que o governo brasileiro coloque em risco a piscicultura do país com a importação indiscriminada do salmão, pois mais cedo ou mais tarde esses vírus vão estar presentes em nossas águas transportados por esses salmões. Sabemos da importância que o salmão tem na culinária japonesa, no uso dessa carne no sushi, sashimi mas, com o risco de prejuízo para os nossos peixes, é preferível que os adeptos, desse tipo de culinária adotem alternativas, como atum ou a truta produzida no Brasil. O ômega 3 presente no salmão pode ser também encontrado na truta, que é mais rica que o seu parente.
Fonte: www.abiec.com.br/imprensa.asp?id_news=644